terça-feira, 4 de setembro de 2012

Estudo informa que seres humanos necessitam de um planeta e meio para manter ritmo atual de consumo



Se houvesse uma data prevista para limite do uso anual dos recursos naturais, quarta-feira (22) teria sido o último dia de 2012 para usar água de nascentes ou rios, lançar gás carbônico na atmosfera ou explorar minério de ferro.

De acordo com estudo da Rede da Pegada de Carbono Global - entidade de pesquisa do meio ambiente - e a Fundação Nova Economia (NEF, na sigla em inglês), um "think-tank" com sede em Londres, no dia 22 a humanidade teria acabado com seu orçamento ecológico anual e entrado em déficit ecológico. Porém há casos como o da Espanha, cuja reserva de orçamento se esgotou em 22 de abril.

Conforme publicação no EcoDebate, em um comunicado, as entidades responsáveis pela pesquisa informam que "em menos de oito meses, acabamos com todos os recursos que o planeta pode prover e com todo o carbono que pode absorver de forma sustentável". Como consequência, elas informam que, no restante do ano, "viveremos com o crédito do planeta e de futuras gerações, sobre-explorando os recursos naturais e acumulando carbono na atmosfera".

No ritmo atual, as pessoas consomem 56% de recursos acima da biocapacidade do planeta, ou seja, para manter o nível atual de consumo seria necessária 1,5 Terra.

O estudo destaca a Espanha por apresentar o pior resultado. Conforme consumo atual deste país, seriam necessários três planetas Terra. O déficit ecológico implica custos econômicos. Reduzir as emissões de carbono na atmosfera requer um investimento de 1% a 2% do PIB, em nível global, mas o custo de não fazê-lo oscila de 5% a 20%, entre outras questões. Estas duas organizações reivindicam uma nova economia que leve em conta as pessoas e o planeta.

O relatório afirma que há soluções para cortar o déficit ecológico e econômico de forma simultânea. A resposta à crise passa pela redução do déficit ecológico - os recursos que o planeta pode prover -, e por uma transição para um modelo econômico justo e sustentável, que desenvolva o bem-estar humano no lugar do capital.

A pesquisa sustenta que uma das razões pela qual não se evitou e nem se reduziu o déficit ecológico está em que o sistema econômico "não conta a verdade ecológica e social da atividade econômica humana. Assim, apresenta como benefícios o que é uma perda de riqueza. Levar um recurso natural ao colapso como estoques de pesca, aquíferos e bosques, e com ele acabar com uma fonte de alimento, trabalho e riqueza, conta como positivo no Produto Interno Bruto".

A crise não freou a demanda por recursos naturais e, desde 2009, esta tem crescido " embora de forma mais lenta que no período entre 2000 e 2009 ". O nível de déficit ecológico dobrou desde 1961. 

Fonte: AMDA

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